sexta-feira, 31 de julho de 2009

Cliche 2 (já existe outro Cliche)


"Era como se o mundo tivesse mudado num piscar de olhos."

A antiga paisagem de prédios, carros, fumaça e muito barulho passara a ser composta pelo silêncio, casas pequenas e árvores peladas.

Não havia ninguém na rua. Parecia uma cidade fantasma.

- Ótimo! - Falou Andy, ironicamente, ao olhar em volta.

Vendo a ausência de coisas para fazer, começou a perambular por uma avenida à procura de absolutamente nada. Como se uma luz brilhasse direto dos céus, avistou um simples buteco.

Ao entrar, não viu ninguém. Gritou e chamou por alguém, mas não houve resposta.

- Perfeito! - disse, adentrando a parte de trás do balcão.

Achou o que queria. Cigarros. Pegou todas as carteiras de Malboro vermelho, Camel e Lucky Strike vermelho que podia carregar. Precisava de um meio de se mover mais rápido na perambulação pela cidade. Antes de sair, procurou algo para comer, mas não encontrou nada além de vidros de conservas duvidosas.

"Precisava de um carro ou uma moto...qualquer coisa..."

Ao abrir a porta do bar, congelou e demorou alguns segundos para acreditar no que seus olhos viam. No local onde, anteriormente não havia nada, encontrava-se uma moto.

Andy estranhou um pouco, mas concluiu queapenas não a haiva visto antes; afinal, os olhos, geralmente, não vêem aquilo que não procuram.

Guradou os cigarros e subiu na moto. A chave estava lá. "Então, certamente, tem gasolina..."

E tinha.

Nunca havia andado de moto, mas parecia já saber como, pois saiu tranqüilamente pela cidade. "Pareço estar num filme..."

Após algumas voltas, achou um mercado. Este também estava vazio. Entrou e pegou algumas coisas para comer e beber.

- Isso é bom demais pra sê verdade! - Falava e ria sozinha enquanto fumava e corria pelos corredores fazendo suas "compras". - Uma cidade só para mim.

Ao sair, surgiu um problema: onde guardaria as compras? A moto não tinha capacidade para tanto, aparentemente. Como já havia acontecido tanta coisa impossível, resolveu tentar. Com grande surpresa, encontrou espaço suficiente para tudo. Achou estranho, mas não ligou.

Saiu rodando pela cidade novamente. Mais casas, umas escolas e, finalmente, uma igreja. "Não sou católica..." pensou "mas nos filmes, esse é o melhor abrigo."

Resolveu dar mais umas voltas pela cidade. Apesar do clima ainda estar agradável, decidiu achar cobertores, travesseiros e casacos, pois sentiu que estava esfriando com a chegada da noite.

Após achar tudo e ver que estava começando a escurecer, resolveu voltar para seu abrigo.

Era uma igreja antiga com portas de madeira grandes e pesadas. "Algo típico de um cenário de filme de terror." Não só a igreja, mas a cidade inteira.

Estava mais frio ali dentro, mas isso não a impediu de explorar a construção. Achou uma escada que levava ao segundo andar. Aubiu e decidiu que iria ficar por ali. Improvisou uma cama com os cobertores (que também couberam dentro da moto) e ascendeu umas velas que encontrou por lá. Ao ascender a última, ensou ter ouvido passos e um arrepio correu por sua espinha. Resolveu trancar a porta que dava para as escadas. Não tinha nenhuma arma para se defender.

Como tinha uma imaginação muito fértil e era conhecedora de muitos filmes, começou a imaginar todos os tipos de monstros possíveis e impossíveis. Zumbis, vampiros, lobisomens, etc.

Olhou em volta à procura de algo para usar como arma. O mais próximo que encontrou foi um candelabro antigo e um crucifixo (no caso de serem vampiros). Resolveu dar uma olhada no andar de baixo. Chegou perto da borda do piso e olhou para baixo no exato momento em que algo parecido com um homem pulou em sua direção para agarrá-la.

Com um grito, acordou e, rapidamente, sentou-se em sua cama. Olhou em volta, vendo seu quarto, imaginando se teria sido tão real quanto pareceu.

Levantou-se e avistou os pacotes de cigarro. "Oh não" Resolveu dar uma olhada pela janela, Já era manhã e o sol estava escondido atrás de nunvens cinzas, trazendo um ar de terror ao ambiente. Olhou para todos os lados até os limites de sua visão. Estava em sua selva de prédios de novo, e lá estava sua moto em frente ao prédio. A rua estava vazia.

- Oh fuck...

Não era um sonho. Mas havia um problema: como havia chegado ali?

Um comentário: