sábado, 27 de junho de 2009

Le Nui


Em questão de segundos, todas as luzes se apagaram interrompendo bruscamente a diversão dos curiosos. Ainda assim, havia aqueles que não parariam nem se o mundo acabasse. Mas houveram olhos suficientes para presenciar a cena. Do mesmo modo que se apagaram as luzes, ascenderam-se holofotes. Todos, voltados para um mesmo ponto. Olhos, focos de luz, carteiras, cacetes! Todos mirando aquela que, talvez, não fosse a mais bela da noite, mas certamente era a mais atraente naquele momento. Aquela criatura quente, aparentemente tão leve, imóvel, tão longe do chão, dependurada naquela barra de ferro tão gélida.

Lentamente, um melancólico violoncello dá início a seus lamentos, e ela começa a, gentilmente, escorregar até o chão. Silêncio novamente. Os olhos daqueles que já haviam esquecido de suas putas e distrações agora olhavam fixamente para aquela figura que estava ali, deitada, inerte, iluminada pelas luzes... Uma só batida de uma bateria eletrônica rasgou o silêncio e mil sons diferentes a seguiram movendo aquela mulher. Uma perna subiu, outra. Em instantes, estáticas e, depois do que pareceu eternidade, elas se abriram com outra batida da bateria arrancando suspiros. Vagarosamente, voltaram a subir e se dobraram. Jogadas para um lado, para outro e, com apenas um movimento, ela rolou para ficar de joelhos. Com a cabeça encostada nos joelhos, ela escondia sua identidade. Mas por pouco tempo. Mais um movimento leve e ligeiro e começa a levantar. Nádegas primeiro; afinal, era isso que eles queriam, não? Por último, a cabeça foi ao topo. Agora, podiam ver seu rosto, sua identidade não era mais secreta.

Com sapatos altíssimos, uma meia-calça arrastão, uma saia até os pés com rachas até a cintura, um piercing no umbigo refletindo a luz dos holofotes, um top que mal lhe cobria os seios e uma máscara sorridente, a dama da noite jogou um braço para o lado e agarrou a barra metálica que se encontrava ao seu lado. A música se tornou mais animada e ela largou seu corpo a girar em volta daquele poste. Pegou impulso e jogou suas pernas para o ar. Agora, com as mãos segurando todo seu corpo já todo encurvado e suas pernas totalmente abertas, ela parou por um segundo para encarar a platéia. Rostos alegres e vulgares gritando, urrando por mais. Queriam vê-la sem roupa. Foi se tornando parte daquele ferro frígido ao passo que suas pernas iam subindo e se enroscando nele. Lentamente, desceu de novo,. Quando sua cabeça tocou no chão, seu corpo rolou para trás com as pernas abertas e caiu de costas para o público. Deu uma cambalhota para trás e, caindo de joelhos, já deu um impulso para se erguer novamente. Mais uma perna no ar, desta vez sustentada por um braço que a segurava. Seu tronco foi jogado em direção ao chão, fazendo sua perna subir mais ainda. Com as duas mãos no chão, jogou a outra perna ao ar. Perfeitamente retas, como os ponteiros de um relógio virados para lados opostos, foram descendo junto com seu corpo todo. Queixo, peitos, costelas e um joelho tocou o chão, vagarosamente, escorregando para que ficasse ali atirada. De alguma forma, sempre conseguia ser graciosa ao levantar, pois lá estava ela de novo, no poste. Mais giros e rodopios, e mais pernas pro ar, e mãos! Mais suspiros. Pavor, ansiedade, excitação. Tudo ao mesmo tempo para o orgasmo perfeito. As putas que tinham que se contentar com o sexo já haviam desistido. Estavam tentando encontrar um lugar na carteira dos recém chegados. Nem assim, conseguiam.

O sexo estava no ar. Toda aquela excitação, a luxúria, as luzes, a música, os olhares. Seu ato estava chegando a seu fim, ela sabia, mas eles não. Seres insaciáveis. Sempre querendo mais. O chão ao seu redor já estava coberto de notas de algum valor, além das que estavam em sua roupa. Chegara a hora. Abriu sua saia e aos poucos foi mostrando o pouco que ainda estava coberto. Coxas e nádegas afogando o fino fio que ali se encontrava presente. Uma calcinha fio-dental preta e vermelha. O alvo para os touros da noite. Mais um pouco de dança. E, mais uma vez, ao chão; para fazer sua última súplica por seu salário, a recompensa pelo que estava e pelo que ia mostrar a seguir. Rolava pelos cantos do palco, engatinhava, enquanto ia recebendo, uma a uma, as frações seu valor. De pé, de novo! A música ficou mais lenta, mais sensual. E, com isso, saiu, aos poucos, seu top. Com os seios à mostra, voltou à barra mais uma vez e deu seu último giro. Mesmo com a dor da longa noite, não tirou o sorriso malicioso do rosto. Deu algumas voltas pelo palco, subindo e descendo suas mãos pelo corpo, engatando os dedos nos fios da calcinha, ameaçando tirá-la. Não dava tempo. Em um único e vagaroso movimento, jogou seu corpo para trás e foi descendo sua cabeça até tocar no chão. Com as mãos ainda no meio de suas pernas, ficou ali, estática até as luzes se apagarem.

Jogou seu corpo no chão e deu um suspiro. Levantou-se e foi se trocar. Ainda ouvia os urros e assobios de dentro do camarim. Acendeu um cigarro e começou a tirar a maquiagem. Agora, não precisava mais da máscara; poderia ficar séria, triste, braba; não precisava mais sorrir; não até a próxima noite. Estava cansada, exausta. Não se sentia a mesma no palco. Lá, não sentia o cansaço chegando, não sentia os pés doendo, as bolhas se formando, o suor escorrendo, levando junto a maquiagem.

Agora, com uma calça jeans rasgada nos joelhos por cima de uma meia-calça grossa, uma blusa bem confortável e uma bem quente pendurada nos braços, começou a se despedir.

- Bon soir, mes amours!

- Bon soir, chérie!

Para sua sorte, morava a duas quadras do seu local de trabalho. Morava no quinto andar de um prédio velho e sem elevador. Logo que entrou, sem pensar, tirou as botas e subiu com os pés descalços. Teve um pouco de dificuldade de abrir sua porta, que não era tão velha quanto o prédio, mas nem tão nova. Assim que entrou, largou suas coisas pelo chão e se atirou no sofá. Ao raiar do sol, estava terminando mais um dia de trabalho. Após alguns segundos de descanso, levantou-se, foi até seu quarto, atirou-se na cama e dormiu.




E este foi um dos últimos contos escritos para a aula de Escrita Criativa do professor Charles Kiefer, em que eu levantei da cama as três horas da manhã e despejei palavras no computador para criá-lo. Infelizmente, as aulas acabaram... Mas vou continuar escrevendo.

Espero que tenham gostado.



Kisses! ;*

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Resultado


Pois é. Eis o resultado da inspiração de ontem. O conto que acabou sendo criado e terminado em, mais ou menos, uma hora.


Clichê


"Clichê... Clichê.... Clichê...."

Parecia que todas as boas e ótimas idéias já haviam sido pensadas e utilizadas. Não havia mais nada de novo para ser criado. Tudo já existia.

"Por que eu tinha que ter nascido justo agora? Por que não nasci alguns séculos antes?"

- Sophia.

"Por que não nasci na época de Shakespear, ou Vitor Hugo, Lord Byron, Álvares de Azevedo, Maupassant..."

- Sophia!

- Sim, professor?

- Tente me trazer um trabalho melhor para a próxima aula.

- Ok...

" É fácil para ele pedir isso, quando não tem mais um monte de coisas para fazer..."

- Maldito professor....Malditos professores.... - Murmurou Sophia.

Às vezes, os professores lhe pareciam monstros. Pareciam não levar em consideração o fato de que haviam mais aulas além das deles próprios. Aparentemente, esqueciam-se do fato de que os alunos tinham outros trabalhos a fazer. Afogavam os alunos em tarefas com, no máximo, duas semanas de prazo. Tarefas impossíveis de serem realizadas, todas de uma vez, em duas semanas ou menos.

"Para a próxima aula..."

Precisava das notas para não repetir a cadeira. Apesar de que esta, não era uma má idéia afinal, assim, melhoraria sua escrita. Infelizmente, todas as idéias que vinham à sua mente eram idéias repetidas, tiradas de algum filme, peça ou de outra história. Mas agora, precisava se concentrar na aula seguinte. " Concentra... Concentra... Que tipo de história deveria escrever? Concentra!"

Felizmente, a aula não exigiu muita concentração e, muito menos, atenção. Graças a isso, o tempo passou voando. Agora, "piloto-automático ligado. Rumo: casa". O caminho passou, tão despercebido, quanto a última aula. E, mais uma vez, os ponteiros do relógio giraram com uma rapidez incrível. Chegando em casa, reto para o computador. Precisava escrever algo. Que fosse uma porcaria, mas precisava escrever algo... Algo original. A música! Esta sempre lhe acalmou e ajudou. Resolveu ouvir, mais uma vez, o que já havia passado o resto do dia ouvindo: O Fantasma da Ópera. Pronto, agora poderia começar a escrever; mas algo estava faltando. Ah, sim... Uma idéia... Em frente ao seu computador, bem confortável e já com uma taça de um vinho qualquer que achou perdido por lá, abriu o Word e ficou encarando aquela tela branca quase capaz de cegar alguém, ao passo que sua cabeça estava tão vazia quanto a tela.

"Stranger than you dreamt it, can you even dare to look or bear to think of me..." " Fear can turn to love - you'll learn to see..."

A música não a estava ajudando. Só conseguia pensar nas cenas trazidas por ela. Começou a pensar nas mácaras, nas cores, nos sorrisos, nas roupas, na música. A doce música...

A melodia parecia ter criado vida. Parecia mais forte e tinha cores. Como era colorida. Avistou a roda-gigante, a montanha-russa, o carrossel. O cheiro de pipoca e maçã caramelada invadiram sua cabeça. Estava estasiada. Correu alegremente por entre as pessoas deixando apenas o rastro de seu vestido azul; afinal, era apenas uma menina. Após dar uma volta por todo o parque, parou para respirar um pouco. Não deveria estar com alguém? Mas, com quem? Olhou a sua volta. Rostos estranhos e nenhum a sua procura. À procura de alguém, seus olhos encontraram olhos que a miravam. Olhos gentis. Um estranho. Talvez a conhecesse. Não lembrava. Sem muito pensar, caminhou até ele.

- Olá, garotinha.

- Você sabe quem sou eu?

- Sei sim. Vou levá-la até seus pais.

O gentil estranho pegou sua mão e foi a guiando até uma barraca grande mais afastada do resto. Apesar do medo que a tomou quando chegou perto do local, continuou seguindo o sujeito até entrar naquele lugar tão assustador. Estava escuro e sua mão apertou mais forte a mão daquele desconhecido que, rapidamente, escoregou sua mão para longe da pequena mãozinha. Naquela escuridão, a pequena menina estava completamente perdida. O desespero tomou conta de todo seu corpo, mas não chorou. Não ainda. Rostos começaram a se iluminar. Máscaras de palhaços. A menina esboçou um sorriso que, assim que os rostos se aproximaram, sumiu. Eram assustadores. Logo, os palhaços e tudo mais começou a girar. Gargalhadas, sorrisos maliciosos e um canto aterrorizante começou a soar.

Acordou assustada. Ainda estava sentada na frente do computador. Não lembrava do que havia feito. Quando ligou a tela do computador, avistou a página do Word. Ainda em branco... Passou sua mão pelo cabelo deixando-a deslizar até sua nuca. E com isso, o sonho se foi.

"Eu poderia escrever sobre o sonho... Como era mesmo?
Kisses! ;*

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Há tempos


Há tempos que não escrevia...

Há tempos que não tinha vontade de escrever...

Há tempos que tinha idéias que eram esquecidas pouco antes de chegar no PC...

Na falta de idéias, ia postar um dos meus melhores contos (minha modesta opinião, claro) já terminados. Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, meu PC estava meio lento e a internet não estava funcionando direito e eu comecei a me estressar. E, como já devem saber, ou se não sabiam agora sabem, escrever é uma das melhores formas de eu me desestressar. Então, resolvi começar.

Parei de escrever um pouco aqui pois já estava começando a enjoar desse estilinho de diário. Não estava escrevendo nada que prestasse e estava começando a ficar sem idéias. No começo, era legal pois escrevia sobre minhas aventuras sexuais e todas as minhas loucuras. Mas, agora vivendo uma vida monogâmica, não tenho mais tanto a contar, então as histórias começaram a ficar chatas, sem graça, sem emoção. Não tinha mais muito o que contar afinal, estava vivendo quase a mesma rotina quase todos os dias: acordar, transar, dormir mais, esperar meu amor voltar, transar mais, aula, casa e mais sexo. A parte de ter um amor só meu e do sexo são as partes boas, mas eu não vivo para rotinas. Não gosto. Evito fazer planos a longo prazo. Tudo isso porque sei que minha vida é regida por apenas uma lei. A Lei de Murphy. "Se algo tiver que dar errado, dará." e " Se existem duas ou mais formas de se fazer algo e uma delas resultar numa catástrofe, pode ter certeza que alguém o fará." Não sou muito supersticiosa, mas Murphy já me comprovou sua presença em minha vida. Sempre que planejava algo e esperava ansiosamente, geralmente acabava com uma catástrofe e minha auto-estima lá embaixo. Felizmente, agora tenho pessoas queridas que me ajudam a levantar depois de momentos como esses.

Agora, voltando ao modo diário...

Ontem, fiz uma ótima descoberta.

Sexo pode ser tão inspirador quanto maconha e álcool.

Foi após várias transas seguidas que, ao tentar dormir, tive um momento de luz. Saí rapidamente do quarto e vim para a frente do PC. Comecei a escrever sem parar. Talvez, seja apenas mais um conto ruim, ou pode vir a ser uma obra de arte. Ainda não sei... Ainda não está pronto.

Sobre o conto:

A personagem principal, uma stripper de alguma nacionalidade, que ainda não parei par pensar, que trabalha na França. Quero que ela seja ruiva. As ruivas são demais. Uma linda ruiva de olhos verdes com baixa auto-estima (parece alguém que eu conheço). No palco, uma personalidade totalmente diferente, mas nada de distúrbios mentais dessa vez. Ela mora perto do trabalho, então, não tem risco de ser assaltada, seqüestrada, ou estuprada (acho). Não quero que ela se apaixone perdidamente por um cliente ou cara qualquer, não quero que ela se mate. Quero, talvez, que ela aprenda a realmente gostar do trabalho e vista a máscara, que ela veste no palco, na rua. Não quero mais uma história cliche.

O problema de tentar fazer histórias inéditas é que a maioria das boas e ótimas idéias já foram pensadas antes.

Como eu gostaria de ter nacido alguns séculos antes para poder dar ao mundo algo novo. E isso já me deu mais idéias para histórias.

Idéias interrompidas para a criação de mais um conto (que provavelmente ficará incompleto).



Kisses ;*

sexta-feira, 12 de junho de 2009

B-day over....Now it's Valentines Day

Yeah... Ontem, foi o meu tão esperado aniversário. Não saiu exatamente como planejado, mas até que foi bom. No início da tarde, fui almoçar com a minha família. O Leonel foi junto. Aparentemente, eles gostaram dele; e ele gostou deles. Após o almoço, voltamos para casa para esperar o Igor, que tinha ido parar no Bourbon Ipiranga. Após pegarmos o ônibus e encontrarmos ele, fomos para o Germânia, já uma hora atrasados. Chegando lá, encontramos a Thalita e começamos a beber. A partir daí, não parei mais de beber. Passamos a tarde conversando, bebendo, dando risada e fazendo mais um monte de coisas. Desde o momento em que nos sentamos lá, comecei a empurrar o Igor para ficar com a Thalita, descobrindo depois que ele queria isso mesmo. Mas, ela não quis. Mais tarde, encontramos o Setsuna com sua nova Laura e continuamos a beber. Depois, chegaram o Gui, a Clara e o Ariel. Após a ida da Thalita, o Setsuna e a Laura, nos juntamos com o Ariel e o resto do pessoal e eu fumei. Talvez não devesse ter fumado, pois fiquei completamente inútil. Fiquei completamente sem condições de ficar em pé sozinha. Felizmente, o Leonel, meu amor, estava lá para cuidar de mim.
Não lembro exatamente como cheguei em casa. Nem como dormi. Só sei que acordei às 3h da manhã e, após o Leonel também acordar, eu me redimi.
Hoje, Dia dos Namorados, vamos passar o dia juntos e, depois, vamos para o show da Panch. Estou mais confiante para fazer este show.
Good luck for us...

E tenham todos um ótimo dia dos namorados...ou dia dos encalhados ;D


Kisses ;*

segunda-feira, 8 de junho de 2009

No More

Família Manson



Foi-se o tempo em que se faziam favores e boas ações de graça. E também foi-se o tempo em que se retribuiam favores. A boa vontade das pessoas está cada vez mais escassa e o pior de tudo isso, é que eu descobri isso dentro de minha própria casa.
De nada valeu eu ter perdido meu tempo durante uma madrugada inteira estudando português com meu irmão. De nada valeu eu ter ficado até as 6h da manhã ensinando a ele coisas que ele ainda não havia aprendido, mesmo depois de um semestre inteiro. E o pior é que eu já havia presenciado a ingratidão dele em outros momentos e, mesmo assim, eu ainda tinha esperanças... Ainda fui pedir um mínimo favor a ele: dar, no máximo, uns 100 passos até uma farmácia na esquina para comprar água oxigenada. Se eu não tivesse acabado de sair do banho e estivesse vestida, eu até iria; resolvi pedir a ele.
Depois dessa e outras situações, fico pensando e me lembrando das pessoas que disseram que não valia tanto a pena dar tanto valor às amizades, pois, no final, eu só teria a minha família para poder contar com. Um irmão que não demonstra o mínimo de afeto, é extremamente desagradável, é completamente ingrato e não mexe um dedo para me ajudar; uma mãe que dá razão a este irmão sob qualquer circunstância, que também não demonstra o mínimo de afeto por mim; e uma vó que apenas não quer problemas para ela, ou seja, eu. É... Se esta é a família com que eu poderei contar no final, eu estou muito fudida... e mal paga.
Agora, estou perdendo um monte de tempo da minha tarde por causa da má vontade das pessoas. Do meu irmão, por não poder sair e da farmácia por demorar tanto.


Felizmente, ainda tenho pessoas com quem eu posso contar. Meus amigos, que já viraram a minha família verdadeira e meu amor.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Absolutamente nada...

Talvez nunca tenha estudado, ou me esforçado tanto para o mesmo, em uma só tarde. Agora sei o porquê. Nunca fui uma aluna muito aplicada e sempre fiz apenas o mínimo para me mostrar a par da matéria. Por isso, cada vez que vou tentar estudar (sem muito esforço), não dura muito tempo e este "estudo" não resulta em nada. Nunca fui de ler textos e sublinhar o que era mais importante. Agora, estou fazendo isso. Gastando minha caneta vermelha, vou sublinhando linhas e mais linhas, mesmo não tendo absorvido nem metade de seus conteúdos. Este último fato deve-se a minha hiperatividade.
Em meio a paradigmas e sintagmas, dicotomias, sincronias e diacronias, vou conhecendo Saussure e Chomsky, e, ainda assim, não sabendo nada sobre eles e o que eles tanto estudaram. Talvez, se me conhecessem, iriam pensar que foi perda de tempo e que deveriam ter saído mais, bebido mais. Talvez tenham o feito. A realidade é que, incrivelmente, estou começando a me interessar por eles. Não sei se é um interesse sincero, ou se é apenas para não ter que repetir a cadeira da professora Jane no próximo semestre.
Logo no começo deste semestre, antipatizei com a professora à primeira vista. Como toda boa professora, não gostei dela por nos forçar a ver o quanto realmente sabíamos. Agora, no final do semestre, quando estou (acho) quase rodando na cadeira dela, comecei a admirá-la. Vi como era uma boa professora e decidi não reconhecer isso tarde demais.
É graças ao esforço tremendo que estou fazendo para tentar estudar que agora sei a diferença entre língua e fala, que sei o que é uma dicotomia, que sei quem foram Saussure e Chomsky e o que eles estudaram e porque eles não se opõem e porque suas teorias se complementam. Mesmo assim, é bem possível que, daqui a dez minutos, eu não me lembre de mais nada do que eu tenha lido e "aprendido". Mas, contra todas as minhas certezas, também sempre tem um resquício de esperança de que eu tenha guardado alguma coisa desta leitura confusa e possa, agora, me manifestar na aula. Agora, o problema nisso será se a professora resolver me forçar além do que eu acho que eu sei e eu for insistente o suficiente para me fazer acreditar que eu realmente não sei...

Será que sei, ou que não sei... Eis a questão...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Abuso Mental

Quantas vezes já passamos por situações em que pensamos: " Mas que coisa idiota!"; quantas vezes já fomos mentalmente subestimados? Muitas vezes, somos obrigados a agüentar este tipo de abuso mental. Estamos em uma aula, e ficam tentando nos obrigar a "aprender" algo que já sabemos, ou que já estamos em um nível superior de conhecimento. E é este abuso mental que nos faz perder o interesse pelas coisas. "Quando crianças, somos obrigados a ler e escrever coisas como 'O ovo viu a uva'", dizia a professora Jane, "quando já temos capacidade intelectual para muito mais!" E eu, posso, apenas, concordar com ela. Mas, isto não se limita, apenas, à fase de alfabetização e à infância. Durante grande parte de nossas vidas, nos colégios, nos empurram textos mastigados goela à baixo e nos fazem perguntas idiotas que não nos contribuem em nada; parece que tentam nivelar o nível de inteligência das turmas por baixo, sempre deixando todos mais burros. Com isso, vamos tendo preguiça de aprender e ficamos sem vontade de fazer as coisas; sem vontade de saber, de aprender. Afinal, para que ser inteligente, saber sobre um monte de coisa, quando um rostinho bonito e um corpo legal já garantem um trabalho?
Lembro-me de quando morei no interior do estado com meu pai. Eu era preguiçosa por já ter visto quase todo conteúdo que estavam vendo; meus colegas eram preguiçosos pra aprender, afinal, muitos já tinham um trabalho garantido com os pais; e, infelizmente, até os professores eram meio preguiçosos. Muitas vezes, eu sabia mais que os professores. Meus colegas "inteligentes" eram aqueles que decoravam os textos dos livros. Agora, se fizesse alguma pergunta que exigisse um pouco mais da inteligência deles, não sabiam responder. Cheguei à conclusão de que o nível de intelectualidade do pessoal no interior é mais baixo que na capital. São realidades completamente diferentes. Lá, a inteligência parece ser algo sem muita importância. Já aqui, a situação é bem diferente. A inteligência é super valorizada para quase qualquer coisa, até para fazer amigos....

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Nosso mundo cor-de-rosa

Numa noite fria, em torno das duas horas da manhã, na rua Duque de Caxias, no viaduto da Borges, a rua estava praticamente vazia e um casal fumava seus cigarros juntinhos, como se fossem apenas um só. Sim, esse casal era eu e o Leonel. Foi a cena mais romântica, vivida por mim, de toda a minha vida! Queria muito que o tempo parasse naquele momento. Nunca amei alguém tanto assim...E nunca fui tão amada assim. Este foi o início do final do fim de semana mais perfeito que eu já tive. O fim de semana começou na quarta, para mim. Aniversário da Thalita. Passamos a noite inteira juntos. Não nos desgrudamos um segundo a partir do momento em que nos encontramos. Após a festa da Thalita, viemos para a minha casa. Fomos direto para o quarto. Tive a melhor noite! Dormimos juntos, bem agarradinhos. Acordamos juntos e tive o melhor "bom dia". Mais tarde, fomos até a casa dele e conheci a vó dele. Conversamos bastante. Depois de um tempo lá, fomos para o shopping Total. Ficamos bebendo vinho com um pessoal até a hora de nossas aulas. Dessa vez, dormimos separados. Na sexta, após a aula, nos encontramos no Bambus. A noite acabou não indo muito bem porque o Setsuna não estava muito bem e estava bêbado. Felizmente, meu amor dormiu aqui e fizemos a noite terminar muito bem. No dia seguinte, tive um "bom dia" especial novamente. Passamos a tarde cozinhando um para o outro. Ele fez o almoço; eu, a sobremesa. Digamos que tivemos alguns contra-tempos durante o cozinhar. Após almoçarmos e decidir para onde íamos, apesar da chuva, fomos até a casa dele novamente. Ficamos ali um tempo e depois fomos para o Eclipse. Após um tempão lá na frente, sem ter entrado. Decidimos voltar para casa. A casa dele! A presença da vó dele não nos impediu, mas fomos silenciosos. Foi após isso que decidi que, realmente, precisava de um cigarro. Descemos para fumar e fomos parar no viaduto da Borges, na Duque de Caxias. E esta cena, vocês já conhecem. Depois, voltamos para a casa dele e dormimos enquanto assistíamos um filme no PC dele. Ao acordar, hoje de manhã, não pudemos nos dar o nosso "bom dia" especial. Almoçamos e viemos para cá para eu trocar de roupa. Após nos enrolarmos um pouco, fomos para Guaíba para o ensaio da banda. Voltando para Porto Alegre, fomos para o Opinião dar um "oi" para o pessoal. Encontramos poucas pessoas. Não muito tempo depois, fomos embora. Este foi o final um fim de semana perfeito. E este, é o nosso mundo cor-de-rosa....