domingo, 24 de maio de 2009

Oh fuck!

"Oh fuck!" foi uma das primeiras coisas que pensei depois de acordar. Depois de lembrar da noite de ontem. Estou prestes a cair num precipício sem fim e, provavelmente, vou me atirar de cabeça. Caindo por um caminho que já conheço e sei que sempre acabo esborrachada no chão ou outra pessoa se machuca. Yes, I'm falling in love again. Vou tentar ir com calma, muita calma. O problema é que não sou a pessoa mais conhecida por ir com calma. Isso acaba me deixando completamente desnorteada, pois ao mesmo tempo que quero isso porque é bom, não quero para poder ser livre e ficar longe o suficiente das pessoas para não me machucar. Este é o problema de achar alguém parecido comigo. Acabo me identificando e me apaixonando. E maior problema de tudo isso é que não estou fazendo nada para impedir que isso aconteça; muito pelo contrário, estou indo em direção a isso.
Hoje (sábado), fui tatuar a Thalita novamente. Tínhamos que terminar a tattoo dela. E, já que nenhuma das duas tinha muito o que fazer no momento, resolvemos fazer a tattoo. A partir do momento em que decidi isso, as coisas começaram a ficar caóticas. Peguei um ônibus para ir até a PUC para, depois, pegar outro ônibus para ir até a casa da Thalita. No segundo ônibus, dei as coordenadas que a Thalita havia me dado, que eram um tanto vagas. Ou talvez eu não tenha conseguido me expressar direito para o cobrador. No fim, acabei caminhando algumas quadras pensando em como iria matar a Thalita até achá-la. Esqueci a idéia. Acabamos não terminando a tattoo, pois minha máquina se rebelou contra mim e a Thalita estava começando a não agüentar a dor. Paramos e fomos comer. Como sempre, eu acabo parecendo uma morta de fome na casa dela, já que me alimento tão mal. Depois do lanche e de um pouco de conversa com a mãe e o padrasto dela, que chegaram depois, fomos para o quarto dela. Enquanto ela fazia as unhas, eu conversava com o Leonel no msn. Acabei me abrindo completamente. Depois, fiquei pensando se deveria, realmente, ter feito isso. Mas, como sempre, esperei ele falar algo do tipo antes de me abrir. Após alguns relacionamentos falhos, aprendi algumas coisas com muitos erros. Após a longa conversa com o Leonel, vim para casa. Esta foi a pior viagem de ônibus que já fiz em toda minha vida. Algumas paradas depois de onde eu tinha entrado, entrou um bando de guris e mais um monte de gente para ocupar todos os lugares do ônibus. Com isso, restou apenas um lugar perto de mim para uma praga se sentar. Foi aí que conheci a metralhadora de palavras humana que era completamente incoveniente. Um guri de 17 anos que, assim que se sentou, ascendeu um cigarro do meu lado. Durante todo o tempo, me fingi de cega para ver se passava despercebida. Mas, é claro que Murphy está sempre do meu lado. Ele me viu. Com isso, ele não me deixou em paz até descer na João Pessoa. Ele passou quase toda viagem tentando me trovar. Por mais que eu cortasse ele, a criatura simplesmente não parava de falar. Até, indiretamente, ameacei de bater nele. Não adiantou. Nem dizer que eu era lésbica fez ele parar. Tudo que eu mais queria era chegar logo em casa. Foi a viagem mais longa que eu já fiz. Assim que desci do ônibus, fui o mais rápido possível para casa. Precisava desabafar com alguém. Leonel e Thalita. A Thalita deu algumas risadas enquanto eu queria promover uma chacina. O Leonel se mostrou preocupado. Infelizmente, meu MSN resolveu enlouquecer de vez e não estava mais conectando. E o mais incrível é que a internet não havia caído. Só não conseguia acessar o MSN. Mais um motivo para eu surtar. Este foi o terceiro momento "Oh Fuck!" do dia. Nem preciso dizer qual foi o segundo. Agora, quando, finalmente, cosnegui entrar no MSN, não havia mais ninguém lá. E quando eu digo ninguém, é ninguém mesmo! Isso nunca havia acontecido antes. Simplesmente, ZERO pessoas online. Acho que fazia tempo que eu não tinha um dia que tivesse começado tão bem... e terminado tão mal.
Como uma boa geminiana, meus pensamentos estão se contradizendo. Talvez eu tenha múltiplas personalidades. Todas juntas em uma bagunça. Primeiramente, fico feliz de, talvez, estar me apaixonando de novo. Depois, vem um pensamento em mente: "I'm a fuckin fool!" E assim, vou me debatendo a noite toda à procura de um equilíbrio de pensamentos. E, como bom ser humando, nunca estou contente com a situação do jeito que está. Se estou solteira, fico carente; se estou casada, fico curiosa. E, quando estou apaixonada, morro de medo. Medo de me doar por inteiro, como sempre, e não ser correspondida; medo de fazer alguma merda; medo de criar muitas espectativas e me estatelar no chão. E é assim que vou me enlouquecendo aos poucos. Me fazendo piorar a cada dia e pensar, cada vez mais: "Eu preciso de terapia urgentemente!"
O problema de eu pensar nisso é que perdi um bom pedaço da minha confiança em terapeutas de qualquer tipo. Já passei por psiquiatras, uma psicóloga e um psicanalista. Nenhum viu muita coisa de errado comigo. Uma, era falsa, discimulada e mentirosa; outro, simplesmente não me inspirava nenhuma confiança por ter uma aparência de nada ambicioso; outro, simplesmente não respeitava os pacientes; outra, não tinha horário para mim e achou um problema que, na verdade, era outro; e a última, uma caça-níqueis que não iria resolver nada. É por isso que prefiro conversar com meus amigos. Eles me vêem todo dia e sabem como sou. Não preciso contar toda minha vida para que eles vejam quando estou com algum problema. Eles não me analisam, apenas me ouvem e me ajudam.
Estou completamente estressada com tudo, estou surtando cada vez mais, não paro acionar meu sistema de defesa auto-destrutiva (pensar em qual seria a maior merda para fazer agora e ir atrás de fazê-la). Isso geralmente acaba comigo ficando bêbada sozinha em casa, parecendo uma alcóolatra. Talvez eu esteja rumando por este caminho, ou talvez esteja, simplesmente, completamente perdida neste mundo. Até resolver tudo isso, eu arranco todos os cabelos de minha cabeça.
Num momento em que eu estava prestes a desistir dos homens, apareceu o Leonel para me fazer´dar um último voto de confiança nos homens. Aos poucos vou perdendo minhas esperanças em tudo. Já perdi as esperanças em terapeutas, minha mãe, grande parte da minha família e em muita gente.
Confuso e deprimente do início ao fim, este post foi simplesmente um desabafo. Foi extremamente necessário. Era o que eu mais precisava. Até não me importo se ninguém ler, só precisava tirar isso da minha cabeça. E, mesmo assim, continuo no mesmo estado em que me encontrava quando comecei: completamente confusa, com medo, com um pouco de raiva (não sei exatamente do quê) e, simplesmente, num estado de "sei la". Basicamente, não sei o que estou sentindo, o que estou pensando realmente; não sei o que estou fazendo por aqui. Ao mesmo tempo, penso: "Bobagem!"
Definitivamente, preciso ir para a Redenção depois. Não lembro que horas comecei a escrever, mas já são 4:10 da manhã e não tenho um resquício de sono. Poderia passar a noite inteira escrevendo tudo que vem a minha mente sem realmente pensar nisso. Talvez este seja o tal "Fluxo de Consciência" que o Kiefer tanto falou. Simplesmente despejar palavras em uma folha (ou monitor).
Já que voltei a pensar, fico por aqui.

Um comentário:

  1. e eu rindo! *bate na minha cara*

    geminianas são complicadas, mas são as melhores mulheres do mundo. Porque somos completas, e somos o que nenhuma outra pode ser: diferentes. Observamos o ambiente e atuamos dentro dele.

    ;*

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