sexta-feira, 1 de maio de 2009

Um conto

Como havia prometido par alguns, eis o conto que escrevi ontem neste mesmo horário, 2h da manhã, e apresentei ontem à noite na aula de escrita criativa do querido, ou infame, professor Chales Kiefer. Infame porque sempre saio da aula dele meio frustrada. Algumas coisas serão modificadas, mas eis o conto na forma como apresentei. Enjoy.

Charlotte

Abriu os olhos e, quando finalmente conseguiu enxergar, assustou-se. Olhou em volta para reconhecer que aquele não poderia ser seu quarto. Tropeçando em roupas, sapatos e bolsas, que nunca havia visto antes, chegou até a porta e saiu do quarto. Foi, talvez, sua mais infeliz idéia. Estava em seu próprio apartamento. Este, assim como seu quarto, estava bastante modificado. Então, percebeu sua cabeça martelando. Não lembrava de ter bebido, apesar da sensação de ressaca; e o pior, não fumava e encontrou várias carteiras de cigarros, além do cheiro fétido que devia vir dos mesmos. Só lembrava de ter chegado do trabalho e ido ver TV. Deve ter dormido no sofá. Mas, então, como teria ido parar na cama? E de onde teriam saído todas estas coisas? Olhou no relógio: 9 horas. Ainda tinha um tempinho até a hora de ir trabalhar.

No caminho para o trabalho, passou por várias pessoas que a cumprimentavam e a chamavam de Charlotte. Estava cada vez mais assustada. Nunca havia visto estas pessoas antes, e este não era o seu nome. Após caminhar, bastante confusa, finalmente chegou à livraria, onde trabalhava.

-Bom dia, Amy!

Uma sensação de alívio correu por seu corpo. Este sim era o seu nome. As coisas pareciam estar voltando ao normal. Mesmo assim, toda a confusão ficou martelando em sua mente, assim como a insuportável dor de cabeça. Com isso, aproveitou que era um dia de movimento fraco na livraria, e pediu uma dispensa do trabalho.

Com o tempo livre, resolveu ir a um médico. Lá, falou sobre a falta de memória e de todos os outros fatos para o médico que não parecia lhe dar muita atenção. O médico, sem pestanejar, a mandou para casa com apenas uma ordem: tomar uma boa xícara de café, julgando que se tratasse, apenas, de uma grande bebedeira. Após o tal “remédio” e tentativas de se convencer do diagnóstico, decidiu dormir um pouco.

Acordou, de repente, com uma buzina. Cambaleou e quase caiu. Estava no meio da rua, em frente a vários bares. Eram 4:30 min da manhã. Desta vez, não estava de ressaca, e sim, bêbada. Felizmente, conhecia bem Londres e, logo, achou o caminho para casa. Mais uma vez, café, o santo remédio. Esperou amanhecer e foi ao médico novamente, antes do trabalho. Chegou no consultório e, novamente, relatou o ocorrido. O médico, rapidamente, chegou ao seu diagnóstico errôneo novamente: sonambulismo. Desta vez, a mandou a um psiquiatra.

Passaram-se apenas 15 minutos no consultório do psiquiatra para que chegasse à, apenas, uma conclusão: era um charlatão. A possibilidade de ele nem ter um diploma era muito grande. Rapidamente, ela saiu de lá com a intenção de nunca mais voltar. Resolveu sair à procura de outro psiquiatra. Desta vez, sem a enorme ajuda do médico imbecil. Teve uma ajuda “melhor”: a lista telefônica.

Achou outro, ou melhor, outra. Esta, tinha uma aparência e um jeito agradável e calmo.

-E então, por que veio aqui? Começou a doutora.

Ainda estava bastante abalada com tudo que havia acontecido, e começou a falar. Após 20 minutos falando, gaguejando e se explicando, ela parou e olhou para a doutora com olhos de quem dizia: “E então, doutora? O que eu tenho?” Esta, lhe olhava com olhos de quem estava tão confusa quanto ela. Não lhe perguntou mais nada e nem respondeu nada. Apenas lhe disse que precisaria fazer mais uma consulta para concluir a avaliação. Disse-lhe para voltar na semana seguinte. Amy saiu do consultório pensando que nunca mais voltaria ali. Foi então, que ouviu:

-Então não volte, queridinha. Ela parecia uma idiota mesmo. Vamos sair para beber e nos divertir!

Olhou para trás para encontrar a porta já fechada. Não havia ninguém no corredor também.

Um comentário:

  1. Adorei Ana... o clube dos serial killers heheheh...bj Ágatha

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